Imaginar o mundo sem energia elétrica hoje em dia é uma tarefa árdua. Atividades simples, como pegar a água na geladeira, ler um livro à noite antes de dormir ou aquecer um copo de leite no microondas seriam impossíveis sem a figura do engenheiro eletricista. A carreira, com inúmeras áreas de atuação, é tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (29).

"A particularidade da engenharia elétrica, diante das outras engenharias, é o estudo do eletromagnestismo", explica o coordenador do curso na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Alessandro Fernandes Moreira.

Engenharia Elétrica

Por isso, se você já não tem afinidade com matemática e física, é arriscado prestar vestibular para esse curso. "Elétrica é das engenharias a que mais trabalha o lado do cálculo", alerta o professor. Fora isso, o curso lida bastante com elementos de computação.

A formação densa em exatas é aplicada, no mercado profissional, em todas as áreas que envolvem energia. Desde a geração e transporte, até o uso nas casas, nas indústrias, nas telecomunicações, em equipamentos médicos, redes de computadores. O metrô, por exemplo, emprega muitos engenheiros eletricistas - esse profissional praticamente se espalha por todas as áreas de trabalho.

E sim, o nome do profissional que vem escrito no diploma é engenheiro eletricista - não engenheiro elétrico, como o senso comum pode sugerir. Para obter o título, o estudante deve passar cinco anos, no mínimo, na faculdade, cursando disciplinas como algorítmos e estrutura de dados, física experimental, geometria analítica e álgebra linear, ondulatória, eletrônica, análise de circuitos elétricos, entre outras.

De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC) de 2006, existem 132 cursos oferecidos no país. Muitas faculdades oferecem algumas ênfases ou especialidades, como telecomunicações, sistemas e energia elétrica, sistemas eletrônicos ou computação.

Teoria ou prática?

"O curso tem essencialmente aulas teóricas, que são 70% da grade, e 30% de prática", afirma o professor Paul Jean Etienne Jeszensky, coordenador do curso de telecomunicações da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente da comissão de graduação da escola.

De acordo com Moreira, da UFMG, as universidades possuem laboratórios de circuitos elétricos e eletrônicos, de controle de processos, de conversão de energia. "Avaliar a estrutura da universidade é necessário na hora de escolher onde de estudar", diz. "E a qualidade do corpo docente é muito importante. Há 20 anos era difícil ter um grupo de professores qualificado, com mestrado e doutorado. Hoje isso é fundamental", afirma.

Um dos aspectos práticos do curso é a obrigatoriedade de estágio e de um trabalho de conclusão de curso. Muitas universidades inclusive diminuem a carga horária nos últimos semestres, para que o aluno possa se iniciar no mercado de trabalho.

fonte: G1 - Educação