Nada de múmias, tumbas ou maldições. A profissão de arqueólogo exige, sim, gosto pela aventura, mas acima de tudo é necessário ter curiosidade para recuperar histórias. Diferente do herói do cinema Indiana Jones, o arqueólogo da vida real está interessado em resgatar objetos que tenham valor histórico. Conheça mais sobre esta profissão no Guia de Carreiras desta terça-feira (10).

"Todo adolescente quer ser arqueólogo por causa da imagem aventureira de Indiana Jones. Esta é uma visão equivocada. O arqueólogo é o pesquisador que estuda as evidências materiais decorrentes das antigas ocupações humanas", diz Lúcia Oliveira Juliani, de 53 anos, arqueóloga da Prefeitura de São Paulo.

Arqueologia

Quando Lúcia decidiu fazer faculdade ainda não existia a graduação em arqueologia. Até pouco tempo, os alunos que quisessem seguir esta carreira tinham de optar por um curso inicial - Lúcia escolheu geologia -, e depois se especializar com mestrado ou doutorado. Hoje o cenário mudou, há pelo menos quatro universidades no país que oferecem bacharelado em arqueologia.

Assim como as opções nas instituições de ensino, o mercado de trabalho para os arqueólogos também se expandiu. A onda da consciência ecológica e a exigência dos estudos de impacto ambiental para grandes construções abriram um novo nicho de mercado.

"A arqueologia tinha um mercado restrito. A partir da década de 90, esse panorama mudou muito em função da nova legislação que barra a construção de empreendimentos que podem afetar os sítios arqueológicos (locais que se preservaram materiais associados às ocupações humanas). Existe uma demanda por novos profissionais", afirma a arqueóloga Rucirene Miguel, de 39 anos.

O arqueólogo atua desde a concepção de um projeto, com pesquisa documental e bibliográfica, até a investigação e escavação dos sítios arqueológicos. Imagens aéreas, cartografia e documentos escritos são materiais que auxiliam o trabalho de pesquisa do profissional. Ele também é responsável por organizar e registrar os materiais que serão estudados em laboratórios ou vão compor uma exposição, por exemplo.

"O aluno que optar por esta carreira, tem de gostar das ciências humanas e da terra porque a arqueologia necessita de todos esses conhecimentos para conseguir fazer as interpretações dos achados arqueológicos", diz Rucirene.

A profissão ainda não é regulamentada, por isso não há definição sobre piso salarial ou jornada de trabalho.

Fonte: Vanessa Fajardo Do G1